Na próxima semana, no dia 23 de abril, a Escola Estadual Prudente de Morais, em Osório/RS, lança o livro “Prudente de Morais: a Escola na memória dos seus professores 1942-2012”, obra organizada pelos professores Ana Maria Rocha Rufino, Elaine Medeiros Perfeito e Paulo César Cardoso de Medeiros. Ele mesmo, o nosso Professor Paulinho, grande mestre da Física e muito provavelmente um dos mais folclóricos professores da cidade. Personalidade ímpar, por quem tenho grande apreço e amizade desde as aulas do então Ensino Fundamental.
O projeto gráfico – capa e diagramação – é de Denilson Trespach; a foto da capa é de autoria de Tiago Trespach; a revisão dos textos de Catiana Gafforelli e Mara Rosane dos Santos Machado; a impressão foi realizada pela Corag, de Porto Alegre.
Segundo os autores, o objetivo maior foi o de compartilhar com a comunidade osoriense e com a “Família Prudente” os “momentos inesquecíveis e fatos pitorescos” da história da escola, contados pelos próprios agentes da história, a memória dos professores, funcionários e colaboradores da instituição.
A memória, que é uma associação de referências individuais e sociais, portanto coletiva, é elemento essencial na formação da identidade, na percepção de si e do outro. Lembrar, rememorar fatos, é inato do ser humano. E que lembranças são mais vivas em nós do que aquelas vivenciadas na infância ou na juventude, nos tempos de escola?
Quem de nós não se lembra do Jardim de Infância, o primeiro professor, os primeiros colegas? Quem de nós não guarda na memória o cheiro da merenda da escola, a tia do refeitório, o recreio? Quem de nós não lembra as disputas e rivalidades nos jogos interséries, no voleibol, no futebol ou no jogo de botão? Quem de nós não lembra da correria na “hora da batida”, os passeios, as recuperações, o teatro, o namoro escondido?
Lembramos o tempo de escola sempre como “os bons tempos”, uma fase da vida pela qual passamos e só hoje percebemos que jamais queríamos tê-la passado, mesmo que na época pensássemos diferente. Lembro-me com carinho da Escola Prudente de Morais, onde fui alfabetizado. A Escola das professoras Eneida, Betinha, Marni e Evalda. A escola da Dona Rosário, da Dona Tereza, do Tio Zé e de muitos que por ali passaram, deixando sua contribuição como educadores. Suas vidas se confundem com a história da Escola, com a história de cada um de nós.
Por tudo isso, por considerar em alta estima todos aqueles que prezam pela preservação da história, em um país sem memória, de público, parabenizo a Escola pelo projeto, pela obra e pelo sucesso, que desde já, tenho certeza, será alcançado.
Por Rodrigo Trespach – www.rodrigotrespach.com