No dia 22 de janeiro se completam 217 anos do nascimento da arquiduquesa austríaca Caroline Josepha Leopoldine Franziska Ferdinanda von Habsburg-Lothringen, d. Leopoldina (1797-1826), primeira imperatriz do Brasil e considerada por muitos como a “Mãe da Imigração Alemã” no país.
A amiga inglesa Maria Graham, que conheceu d. Leopoldina no Brasil e foi tutora de seus filhos, escreveu em seu diário do “prazer em encontrar uma mulher tão bem cultivada e bem educada, sob todos os pontos de vista uma mulher amável e respeitável; a mais gentil das senhoras, a mais benigna e amável das princesas”. Nas palavras do alferes Carl Seidler, que serviu por dez anos no Brasil (1825-1835), d. Leopoldina era “o mais lindo diamante da coroa brasileira”. “Mulher absolutamente superior, sob todos os aspectos”, escreveu, já no século XX, o ensaísta Afonso d’Escragnolle Taunay.
D. Leopoldina chegou ao Rio de Janeiro em 5 de novembro de 1817 trazendo consigo a maior missão científica que o Brasil já vira, patrocinada pelo governo austríaco e organizada por Karl F. A. von Schreibers, diretor do gabinete de História Natural de Viena. Além das ciências naturais, adorava física, geometria, numismática e filologia. Na literatura admirava Goethe. Prolífica nas cartas enviada para Viena, nunca deixou de enviar junto com sua correspondência todos os tipos de espécies animais, pássaros, sementes, plantas exóticas e pedras raras do Brasil para os museus da Áustria. Um mês após sua chegada, ela já tinha pronta para serem despachadas para a Europa seis caixas de plantas, sementes e um número muito grande de pássaros. O imperador austríaco recebeu tantas coleções da filha que mandou instalar, em Viena, um museu com treze salas e uma biblioteca especial sobre o Brasil, o Brasilianisches Naturalienkabinett, infelizmente destruído durante a revolução de 1848.
Foi d. Leopoldina quem recebeu as cartas das Cortes portuguesas em agosto de 1822 enquanto d. Pedro estava fora da capital, e foi por influência dela e de Bonifácio que d. Pedro decidiu romper com Portugal às margens do Ipiranga, em setembro. Aliás, oficialmente era ela a governante do país naquele momento, por isso considerada a primeira governante do país.
Infelizmente para os brasileiros, ela morreu precocemente em 11 de dezembro de 1826, antes de completar 30 anos de idade, desprezada por seu “amado Pedro”, o imperador d. Pedro I (1798-1834), na ocasião totalmente envolvido em um caso amoroso extraconjugal com a marquesa de Santos. Tivesse vivido mais tempo, poderia ter contribuído muito mais no desenvolvimento da jovem nação.
Rodrigo Trespach – www.rodrigotrespach.com
Ver também: Restos mortais de Dom Pedro I e de duas imperatrizes foram exumados para estudos e Imigração Alemã no Brasil
Na revista História Viva, Leopoldina, primeira governante do Brasil, ou na revista Leituras da História, Maria Leopoldina, uma estrangeira entre estranhos.
Dona Maria Leopoldina Josefa Carolina de Habisburgo e Lorena. Sou fascinado pela estória dessa personagem desde que quando eu era criança vi as mexas de cabelos no Museu do Ipiranga em Sp.