A batalha do Passo do Rosário (1827)

A batalha do Passo do Rosário no traço de José Washt Rodrigues.

Em 20 de fevereiro de 1827, os exércitos do Brasil e das Províncias Unidas do Prata (Argentina) travaram a maior batalha em solo nacional da história. O combate ocorreu a menos de 20 km da cidade gaúcha de Rosário do Sul (RS) e a pouco mais de 100 km da fronteira com o Uruguai. Os brasileiros o chamaram de “a Batalha do Passo do Rosário”, os argentinos e uruguaios de “La batalla de Ituzaingó”. Até hoje militares e historiadores dos dois lados da fronteira discutem se ouve um empate técnico ou uma vitória castelhana inconclusa.

O Exército Republicano (composto por tropas argentinas e uruguaias) tinha mais de 8 mil combatentes divididos entre homens de infantaria, cavalaria e artilharia, comandados pelo brigadeiro Carlos Maria de Alvear. O Exército Imperial, ou Exército do Sul (composto por brasileiros, alemães e indígenas missioneiros), por sua vez, possuía pouco mais de 6 mil soldados, comandados pelo marquês de Barbacena.

No Exército Imperial, além do marechal de campo Gustav Heinrich von Braun (ou “Brown”), chefe de Estado-Maior, dois outros alemães compunham o quartel-general brasileiro, o ajudante-chefe de Estado-Maior capitão Samuel Gottfried Kerst e o engenheiro capitão Anton Adolf Friedrich von Seweloh. Além destes, o 27º Batalhão de Caçadores era inteiramente composto de soldados alemães sob o comando do tenente-coronel inglês William W. Yeats. O Esquadrão de Lanceiros Imperiais, também de alemães, estava sob as ordens do capitão Ludwig von Quast. Ambas as unidades alemãs compunham os efetivos da 1ª Divisão de Infantaria do brigadeiro Sebastião Barreto Pereira Pinto. Um último contingente de alemães compunha a “Companhia de Voluntários de São Leopoldo”, enviados da colônia alemã São Leopoldo (RS) por J. Daniel Hillebrand.

Os soldados alemães faziam parte do projeto de imigração de d. Pedro I. Em 1823 haviam sido criados quatro batalhões de estrangeiros com alemães, dois de Granadeiros (para a guarda da Corte) e dois de Caçadores (que lutaram na Guerra da Cisplatina e na Confederação do Equador). Os batalhões foram dissolvidos em 1830 e os soldados foram enviados para colônias agrícolas.

Rodrigo Trespach – www.rodrigotrespach.com

Leia ainda matéria do jornal Zero Hora, de Porto Alegre, a respeito da batalha aqui. Ou na revista História, da Biblioteca Nacional aqui.

Bibliografia indicada:

Fragoso, Gal. Augusto Tasso. A Batalha do Passo do Rosário. 2ª ed. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1951.
Fonttes, Carlos. Guardiões do Passo do Rosário. Rosário do Sul: Academia de História Militar Terrestre do Brasil, 2012.
Lemos, Juvêncio Saldanha. Os Mercenários do Imperador. Porto Alegre: Palmarinca, 1993.

 

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