Adulto. Mágico. Incrivelmente pungente e emocionante. Como viver para sempre, o livro de estreia da jovem inglesa Sally Nicholls no mundo literário, merece entrar na lista clássicos da literatura universal. Pela simplicidade na forma de expressão e ao mesmo tempo pela complexa profundidade de reflexão.
“Meu nome é Sam. Tenho onze anos. Coleciono histórias e fatos fantásticos. Tenho leucemia. Quando você estiver lendo isso provavelmente já estarei morto”. É assim que Nicholls, dá início a história do garoto que vive com os pais e a irmãzinha Bella em Middlesbrough, no interior da Inglaterra.
Contada em forma de diário – e a ideia do protagonista de que ele se torne um livro -, a história comovente de Sam MacQueen é mais do que um romance juvenil bobo e adocicado. É a história de uma criança que sabe que vai morrer, mas que quer fazer o que crianças comuns fazem, realizar sonhos e “viver”.
Sam deseja ser um cientista famoso e sonha em bater um recorde mundial, assistir filmes de terror (“que não me deixam ver”), subir uma escada rolante de descer (ou descer uma escada rolante de subir), ver um fantasma, ser um adolescente (“fumar, beber ou ter uma namorada”), passear num dirigível e voar em uma nave espacial.
Auxiliado pelo amigo Felix, incentivado pela avó e pela professora Sra. Willis, Sam irá atrás de cada um dos seus sonhos antes que o seu tempo acabe. Mas não sem antes aprender, rir e chorar e também ensinar. Através de Sam, Nicholls trabalha com as “perguntas que ninguém responde”, sob a perspectiva de uma criança, mas que envolve e instiga a reflexão de jovens e adultos. Por que morremos? Por que Deus faz as crianças ficarem doentes? Morrer dói? Para onde vamos quando morremos?
Como viver para sempre é um maravilhoso poema, escrito por uma surpreendentemente sensível jovem poetisa.
Por Rodrigo Trespach
Confira o booktrailer de Como viver eternamente ou leia o primeiro capítulo do livro.
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