As famílias que construíram Roma

As famílias que construíram Roma

Quando Bob Boas visitou Roma pela primeira vez em 1959, em férias da Universidade de Cambridge, a cidade exerceu sobre ele um “tremendo impacto”, principalmente por ter entrado nela pela Piazza del Popolo, a tradicional rota percorrida pelos peregrinos que entram na cidade vindos do norte da Europa.

Mais de quarenta anos depois, após inúmeras outras visitas e já fascinados pela antiga cidade do Lácio, Boas e a esposa Elisabeth se encontraram com o historiador canadense Anthony Majanlahti. Foi durante este jantar, na British School, em Roma, que surgiu a ideia de preencher uma lacuna na vasta bibliografia sobre a história da cidade: um livro sobre a história das famílias que tornaram Roma uma das cidades mais belas e fascinantes do mundo.

Em As famílias que construíram Roma (Seoman, Cultrix, 2012), Anthony Majanlahti descortina a vida, as obras e a relação das mais poderosas famílias romanas com artistas como Bernini e Michelangelo, entre outros mestres responsáveis pelo Renascimento italiano.

Afinal, quem eram os Colonna, os Della Rovere, os Farnese, os Barberini, Pamphilj, Chigi e os Borghese (conhecidos no Brasil como família Bórgia)? Como estas poderosas famílias papais alcançaram o poder, como perderam, o que construíram, qual o seu legado a Roma e à humanidade?

Professor da Universidade de Toronto, no Canadá, e pesquisador durante vários anos na British School, em Roma, Majanlahti narra em detalhes as histórias destas famílias. Dentro dos círculos do poder da então poderosa Igreja Católica, são histórias repletas de escândalos, nepotismo, intrigas e corrupção, de disputas por poder e pelo status adquirido e mantido por gerações.

As famílias que construíram Roma serve ainda como um guia histórico e cultural, já que a história dos Bórgia, dos Della Rovere, entre outras famílias onde nasceram os mais poderosos líderes da igreja, está intrinsecamente ligado ao patrimônio artístico de Roma.

Mais do que a genealogia, apresentada por Majanlahti em sete árvores genealógicas, ainda há detalhes – com mapas, plantas e ilustrações – sobre as construções dos enormes palácios, teatros, igrejas, praças e edificações romanas, desde o século 16 ao final do século 19. Entre eles estão a Cancelleria, a Piazza Navona, o Palazzo Doria-Pamphilj, o Fontanone dell’Acqua Paola, o Palazzo Odescalchi, a Capela de Lucrezia Gara della Rovere e os Orti Farnesiani, entre tantos outros tesouros da arquitetura, patrimônios da humanidade.

Segundo Bob Boas, Majanlahti cumpriu brilhantemente seu desejo de criar uma obra que servisse de guia aos visitantes de Roma, sejam eles simples turistas, historiadores, arquitetos ou genealogistas.

Por Rodrigo Trespach

Compre o livro, ou saiba mais sobre a obra no site da Seoman (Cultrix; Grupo Pensamento).

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