Como chegamos até aqui

Como chegamos até aqui

Um livro totalmente original, onde Steven Johnson conta a história da humanidade através das invenções e dos avanços relacionados ao vidro, frio, som, higiene, tempo e à luz. Uma brilhante reflexão sobre a evolução tecnológica e suas implicações com o meio e com os homens.

Quando o homem descobriu que grãos de área (contendo dióxido de silício) sob certas condições se transforma em vidro nem imaginava que passados 10 mil anos, essa “invenção” alteraria profundamente a vida na Terra.

Inicialmente, a descoberta deu origem ao mercado do vidro e do espelho, objetos decorativos. Mas ao longo dos séculos, essa invenção se mostrou uma das mais importantes da história: no tempo certo, o vidro permitiu a descoberta do microscópio e do telescópio. Desta forma, áreas aparentemente tão distintas como biologia e física devem muito ao vidro.

Para contar como isso foi possível, o escritor norte-americano Steven Johnson, um best-seller em matéria de ciência e tecnologia, escreveu Como chegamos até aqui: A história das inovações que fizeram a vida moderna possível (Zahar, 2015).

O que Johnson propõe em Como chegamos até aqui é uma ideia usada por Charles Darwin: a coevolução, o chamado “efeito beija-flor”. Na natureza, a coevolução são as interações que frequentemente levam a transformações em organismos que aparentemente não tem ligação nenhuma, como a flor e o beija-flor.

Qual a relação aparente entre o visionário Frederic Tudor, que ganhou uma fortuna transportando gelo de um lago em Boston, nos Estados Unidos, para o Caribe, na América Central, com o ar condicionado, o cinema, a geladeira e os artigos congelados? Ou então, no campo da higiene, qual a relação da utilização do cloro na água com a diminuição do tamanho da roupa de banho da mulher?

Para Johnson, as ideias são fundamentalmente redes de outras ideias, interligadas por mentes aptas e dispostas a captar metáforas, conceitos e compreensão científica e recombiná-las com algo novo. E nem sempre a intenção original do inventor é a ideia que faz sucesso. Quando Graham Bell inventou o telefone, por exemplo, seu principal objetivo era transmitir música ao vivo.

Assim como, mesmo estando prontas, algumas invenções só são aceitas e postas em prática, décadas depois de criadas. É o caso do sonar. Criado na Primeira Guerra, ele só foi utilizado na Segunda Guerra, duas décadas mais tarde. E seu criador, Reginald Fessenden, que na verdade procurava um meio mais rápido e seguro de transmitir mensagens, nem imaginava que sua invenção seria usada mais tarde durante pelas gestantes (o ultrassom).

Outro caso extraordinário é a Máquina Analítica inventada por Charles Babbage na década de 1840. Conforme os relatos de sua colaboradora, Augusta Ada, condessa de Lovelace e  filha de Lord Byron, pode-se ter a certeza de que Babbage estava dando os primeiros passos para a invenção do computador, antes mesmo da possibilidade da eletricidade e dos tubos de vácuo cem anos depois.

O que dizer então de Da Vinci e de outros gênios que foram capazes de imaginar (e desenhar) algo que só poderia ser produzido séculos depois?

Enfim,  Como chegamos até aqui é uma brilhante reflexão sobre a evolução tecnológica da humanidade e suas implicações com o meio e com os homens.

Por Rodrigo Trespach

Compre o livro ou saiba mais sobre a obra no site da Zahar.

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