200 anos do Congresso de Viena 1815-2015

200 anos atrás, em junho, as resoluções do Congresso de Viena redesenhavam o mapa político da Europa.

200 anos do Congresso de Viena 1815-2015

Quando o Congresso de Viena teve início, em setembro de 1814, o rei da Prússia Frederico Guilherme III acreditou que estaria de volta para casa em três semanas. E mesmo Metternich, o chanceler austríaco e principal articulador do congresso, não pensou que o evento durasse além do mês de novembro. A fuga de Napoleão da ilha de Elba em março do ano seguinte prolongou o congresso em mais alguns meses.

Durante o Congresso de Viena, muitas disputas territoriais antigas eram um entrave nas negociações, que não eram pautadas pelo interesse das populações atingidas, mas na concessão de indenizações e reparações aos soberanos. O Ato Final foi finalmente assinado em 9 de junho de 1815, antes mesmo da Batalha de Waterloo. Áustria, Rússia, Prússia, Grã-Bretanha (Inglaterra), Portugal e Suécia assinaram e ratificaram o tratado, o que só foi feito pela França  e Espanha mais tarde.

Ato Final do Congresso de Viena

As resoluções determinaram que a França retornasse as suas fronteiras de 1789; a Rússia anexou partes da Polônia, da Finlândia e da Bessarábia; a Áustria renuncia às suas possessões na Alemanha e anexa Veneza; a Grã-Bretanha teve suas conquistas coloniais confirmadas; Portugal, Espanha e Nápoles tiveram as monarquias restauradas; a Dinamarca cedeu a Noruega para à Suécia e como compensação recebeu partes da Pomerânia, o Ducado de Lauenburg e uma quantia em dinheiro; os Estados Papais foram restaurados; a Suíça foi criada com a junção de 22 cantões, tendo declarado sua neutralidade permanente; e o norte da Holanda se uniu com os territórios dos habsburgos austríacos para formar o Reino Unido dos Países Baixos.

Ainda que todos estes estados tenham sofrido alterações em seus mapas políticos, a maior mudança ocorreu como os estados de língua alemã que estavam espalhados entre Prússia e Áustria, o antigo Sacro Império Romano da Nação Alemã derrubado por Napoleão em 1806. Para substituí-lo, o Congresso criou a Confederação Alemã, uma reunião de quase quarenta estados de língua comum, cuja presidência foi dada à Áustria.

Embora Congresso de Viena não tenha dado a Europa o mapa político atual, é considerado por muitos historiadores como determinante na “invenção da Europa moderna”.

Por Rodrigo Trespach

Dicas de leitura:
Dom João VI no Brasil, de Oliveira Lima. Topbooks, 2006.
Napoleão: uma biografia política, de Steven Englund. Zahar, 2005.

Na web (sobre Waterloo e as celebrações dos 200 anos):
www.waterloocommittee.be
www.waterloo2015.org

Na Áustria, a editora Carl Gerold’s Sohn lançou o livro “Der Wiener Kongress – Die Erfindung Europas” (O Congresso de Viena – A invenção da Europa), edição comemorativa dos 200 anos, com trabalhos de 23 historiadores. Mais em http://migre.me/pBQas

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