“A existência da escola de origem alemã na região Sul do país é algo muito conhecido. Mas, o que pouco se conhece é o seu processo de origem, a dinâmica do fazer da escola e, especialmente, os seus objetivos. O leitor encontrará, nas páginas que compõem este livro, o debate sobre essas questões. Este livro explicita o resultado de uma bela e audaciosa pesquisa que aborda a temática da gênese e dinâmica do processo de escolarização dos teuto-brasileiros. A cidade de Blumenau, em Santa Catarina, se constitui referência no que se diz respeito à existência da escola de origem alemã, despertando, assim, na pesquisadora, autora desta obra, a inquietação de conhecer o processo histórico do aparecimento da escola de origem alemã, a sua institucionalidade, a dinâmica do fazer da escola e, particularmente, os seus objetivos e fins. Graças a sua sensibilidade de pesquisadora, consegue fazer uma reconstrução histórica que é explicitada nesta obra. Reconstrói a vida dessa escola, resgata o que ainda existe da escola alemã na cidade e, por meio da fala e da história de vida das pessoas que por essa escola passaram, ousa fazer renascer a própria história escolar alemã. Assim, após desvendar esse universo empírico, o contrapõe a um conveniente e rico referencial bibliográfico na perspectiva de explicar o objeto estudado, explicitando assim a veracidade da sua tese: a de que o objetivo da escola alemã, exteriorizado por meio da sua prática escolar do dia a dia, não era apenas a transmissão do Ensino Elementar escolar dos teuto-brasileiros, mas também a sedimentação de um estilo de vida racional e burguês de hábitos e procedimentos típicos do espírito germânico.”
Lindomar Wessler Boneti
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
“[…] mesmo privilegiando o enfoque mais amplo no processo da escolarização no âmbito das escolas teuto-brasileiras na região de Blumenau, o livro de Alessandra Helena Wiederkehr também mostra como, no curso da formação, os alunos aprendiam valores de natureza étnica e cultural que configuravam uma identidade cultural agregada ao ‘espírito germânico’. Por outro lado, recorreu à teoria da ação de Max Weber para compreender a realidade cotidiana de uma comunidade cujas fronteiras sociais estavam marcadas pela língua e cultura diferenciadas da sociedade mais ampla, nacional, brasileira, refletida no processo de escolarização. Trata-se de assunto ainda pouco explorado nos estudos sobre o ensino particular em língua alemã, mas não é o único mérito do trabalho, que contém uma interessante análise sobre o processo de criação da primeira escola alemã por Hermann Blumenau, logo depois da fundação da colônia, e a regulamentação de uma escolarização laica, apesar de o currículo incluir uma disciplina de religião. Apresenta dados sobre a multiplicação das escolas diante da insuficiência das instituições públicas de Ensino Fundamental. Mostra como a produção do ato educativo contribuiu para a sedimentação de bens simbólicos que conformam a pertença comunitária. Finalmente, traz uma reflexão sobre a racionalidade que orientou as ações educativas de valorização do progresso econômico e da identidade cultural, dois assuntos privilegiados pelo discurso étnico teuto-brasileiro por meio da noção de Deutschtum.”
Giralda Seyferth
Universidade Federal do Rio de Janeiro
A gênese da escola alemã no sul do Brasil
Alessandra Helena Wiederkehr
Possui graduação em Pedagogia pela Fundação Universidade Regional de Blumenau (1986), especialização em Metodologia do Atendimento à Criança e ao Adolescente em Situação de Risco pela Universidade do Estado de Santa Catarina (2000), mestrado em Educação pela Universidade Regional de Blumenau (2007) e doutorado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (2012). Tem experiência na área da Educação, sendo que seus temas de investigação são: campo e estratégias educativas, políticas públicas e educacionais e história da educação brasileira.
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A escola tem fundamental papel no desenvolvimento de crianças e adolescentes, portanto, compete a ela disponibilizar recursos que sejam essenciais para a formação de cidadãos críticos e responsáveis. É necessário que haja trabalhos comunitários, debates e trabalhos em grupo. É necessário que se tenha o contato, o toque, o ouvir. Alunos devem enxergar o outro, devem discutir sobre assuntos que envolvem a sociedade, que envolvem o colega, o professor. E o professor deve acreditar em seus alunos. A escola deve acreditar em seus professores. Somente assim, teremos cidadãos que podem mudar o mundo. Somente quando a escola for um lugar que inspira e que olha para o seu aluno. Uma escola não deve apenas ensinar a matemática ou o português. Uma escola não deve preparar seus alunos somente para um vestibular. Uma escola deve ser completa. Nesse sentido, uma escola deve encorajar seus alunos, tratar seus alunos como LUZ, luz para a sociedade, luz para si mesmos.