Vandré: O homem que disse não

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O jornalista mineiro Jorge Fernando dos Santos conta em Vandré – O homem que disse não a história do artista ícone da canção brasileira nos “anos de chumbo”.

A música Para não dizer que não falei das flores (Caminhando) tornou-se o hino de uma geração, uma canção de protesto no período mais negro da história recente do Brasil. O refrão “Vem, vamos embora, que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer” transformou seu autor amado por muitos e odiado por outros. Caminhando virou símbolo da luta contra a ditadura militar no Brasil.

Em Vandré – O homem que disse não (Geração Editorial, 2015), o jornalista mineiro Jorge Fernando dos Santos conta a história de vida e da obra de Geraldo Pedrosa  de Araújo Dias, o Geraldo Vandré, que se tornou ícone da canção brasileira no auge dos “anos de chumbo”, acabou exilado e depois de seu retorno abandonou os palcos e a vida pública.

“Cantar é anunciar, lembrar, convocar, dizer do amor e dos amores, é ser livre, libertar, ser nação e, quando necessário, dizer não”. Geraldo Vandré

Para os jurados, Para não dizer que não falei das flores mereceu o segundo lugar na fase nacional do 3º Festival Internacional da Canção, que ocorreu no Maracanãzinho, em setembro de 1968. Para o público, a música foi a vencedora. Tanto que a vencedora do juri, Sabiá, de Chico Buarque e Tom Jobim, foi vaiada pelos quase 30 mil espectadores.

“Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Caminhando e cantando e seguindo a canção”.
Pra não dizer que não falei das flores, de Geraldo Vandré

De personalidade forte, contestadora, Vandré precisou deixar o país com o AI-5. Refugiou-se no Chile e depois na Europa. Sua música foi proibida pela censura e foi tocada na clandestinidade. Vandré voltou ao Brasil em 1973, mas vigiado de perto pelos militares. e compôs a canção “Fabiana”, em homenagem à Força Aérea Brasileira. 

Desiludido com a “cultura de massa”, Vandré abandonou a vida pública e se afastou do meio musical brasileiro. Surgiram boatos que vinculavam sua mudança ideológica e seu abandono da vida artística aos atos de tortura supostamente sofridos. O excêntrico Vandré teria enlouquecido. “Não fiz canção de protesto, fazia música brasileira”, relatou. “Nunca tive militância político-partidária, nunca fui engajado”.

Decifrar o mito Geraldo Vandré é o objetivo de Jorge Fernando dos Santos em Vandré – O homem que disse não.

“Nas culturas de massa ou nos grandes mercados não é qualidade nem a autenticidade, e , muito menos, a originalidade que se coloca como padrão para produzir. Ao contrário, para os grandes mercados consumidores a produção dever se plasmática e simplificada para acompanhamento do rodízio diário e simplificado das grandes folhas de pagamento”. Geraldo Vandré

Por Rodrigo Trespach

Para comprar ou saber mais sobre a obra, acesse o site da Geração Editorial.

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