260 anos do nascimento de Mozart

Wolfgang Amadeus Mozart morreu com 36 anos incompletos, mas criou mais de 630 obras.

Em 27 de janeiro de 1756, há exatos 260 anos, nascia em Salzburg, na Áustria, um dos maiores gênios musicais de todos os tempos: Johannes Chrisostomus Wolfgang Theophilus Mozart, mundialmente conhecido hoje como Wolfgang Amadeus Mozart.

Amadeus, a versão latina do “Theophilus” (amado de Deus), usado no batismo, e do alemão “Gottlieb”, usado pelo pai para anunciar aos amigos o nascimento do filho, nunca foi usado por Mozart. O músico usava eventualmente “Amadeo” ou “Amadé”. Amadeus, no entanto, acabou popularizando-se como seu prenome mais conhecido.

Mozart é o compositor de óperas magistrais, como As Bodas de Fígaro (1786), Don Giovanni (1787), Così fan tutte (1790),  e A Flauta Mágica (1791), concluída poucos meses antes de sua morte. Também compôs sinfonias de beleza inigualável, como as de número 25 e 40. Além delas, a Serenata para os Ventos (K361), o concerto para flauta e harpa em dó maior (K299) e uma de suas obras mais populares, a Pequena Serenata Noturna (K525), estão entre as mais belas músicas já escritas.

O “K” que marca as obras do músico é uma referência a Ludwig von Köchel (1800-1877), responsável pelo levantamento catalográfico da obra completa de Mozart, levado a cabo em 1862. Mozart compôs ao longo de seus quase 36 anos de vida nada menos do que 636 obras nos mais variados gêneros e para os mais variados instrumentos musicais, incluindo 20 óperas, 17 missas, um réquiem, 29 concertos para piano, vários concertos para instrumentos diversos, 27 quartetos e seis quintetos de cordas, 41 sinfonias e grande número de composições menores.

Friedrich Schiller, o grande poeta alemão, escreveu sobre A Flauta Mágica: “Há algo similar à glória do amanhecer nos tons da ópera de Mozart; chega a nós como a brisa da manhã que dissipa as sombras e invoca o Sol.”

Mozart caderno de anotações. Coleção British Library.

A bibliografia sobre o músico é extensa, mas recomendamos dois livros publicados no Brasil e que dão um boa ideia da vida e da obra deste genial músico e compositor “alemão”: Mozart por trás da máscara (Planeta, 2006), do jornalista uruguaio Lincoln Maiztegui Casas, e Mozart, suas vida em cartas (Reler, 2006), da escritora austríaca Gloria Kaiser.

Maiztegui Casas nos traz uma narrativa ímpar sobre o gênio, aliando seu texto jornalístico à acurada pesquisa histórica de um apaixonado por Mozart.

Kaiser, por sua vez, selecionou as mais importantes cartas trocadas entre Mozart e seus familiares e amigos entre 1760 e 1791. Elas mostram a intimidade de um homem superior em sua arte mas, ao mesmo tempo, depressivo, alegre, melancólico, sentimental, infeliz, devedor e até mesmo malcriado e indecente. As cartas mostram o lado humano e não divino do músico.

AmadeusPoster

Ainda que mundialmente conhecido e aclamado, o filme Amadeus, dirigido por Milos Forman e com roteiro baseado na peça homônima de Peter Shaffer, vencedor de 8 Oscars em 1984, incluindo melhor filme e o de melhor ator (F. Murray Abraham, no papel de Antonio Salieri, levou o Oscar, mas Tom Hulce, que interpretou Mozart, também foi indicado ao prêmio), não é recomendado como uma biografia histórica de Mozart.

Casas, por exemplo, em Mozart por trás da máscara, acredita, com certo exagero é verdade, que o filme não passe de uma história “absurda, inverosímel, mentirosa e ofensiva, uma agressão infundada ao músico mais genial de todos os tempos”. Alguns personagens e datas seguem um lógica histórica, mas, como sempre, deve-se levar em conta o caráter de entretenimento – e comercial – das produções hollywoodianas.

Mozart Geburthaus

Para saber mais sobre W. A. Mozart, sua vida e obra, acesse os sites da Mozart Haus, em Viena, ou o Mozarteum, em Salzburg. 

No Mozarteum, você terá informações sobre a Mozart Geburthaus, a casa onde Mozart nasceu, e a Mozart Wohnhaus, a casa onde Mozart morou em Salzburg.

Na Mozart Haus, uma das casas onde Mozart viveu em Viena, na Domgasse 5, está uma extensa apresentação das obras do músico. O local fica próximo à Catedral de St. Stephan, no coração de Viena. Mozart viveu seus últimos dez anos de vida, entre 1781 e 1791, na capital austríaca.

Por Rodrigo Trespach

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