Elizabeth I: Uma biografia

capa_ElizabethI_aberto.indd

Em Elizabeth I: Uma biografia, a  jornalista inglesa Lisa Hilton apresenta um retrato original da Rainha Virgem, sua intimidade e a construção do mito.

Assim com a tsarina Catarina, a Grande, e a faraó Hatshepsut, Elizabeth I (1533-1603) é um ícone feminino, símbolo de liderança e governança política em um universo masculino. Seu reinado de 45 anos deu início a construção da Inglaterra moderna e afirmação do país como potência política, econômica e cultural. Por isso, Elizabeth é considerada a maior governante da história inglesa.

Filha de Henrique VIII e de Ana Bolena, a mulher por quem o rei inglês rompeu com a Igreja Católica, o que transformou a Inglaterra em um país protestante, a “Rainha Virgem”, como ficou conhecida, foi a quinta e última monarca da dinastia Tudor. 

O sucesso de Elizabeth na política, no entanto, surgiu em meio a um mundo de intrigas, traições e mortes. Tudo por conta dos problemas em torno da sucessão real: a falta de herdeiros masculinos. Problema comum desde o século XII, mas que se transformaram em pesadelo no séculos XV e XVI, desde a ascensão dos Tudor ao poder, em 1485, até a subida de Elizabeth ao trono, em 1558. Como a rainha não teve filhos, a Dinastia Tudor morreu com ela.

Escrito pela jornalista e romancista inglesa Lisa Hilton, Elizabeth I: Uma biografia (Zahar, 2016) apresenta um minucioso estudo sobre a Rainha Virgem. Não apenas com dados biográficos, mas também psicológicos da monarca. Analisando suas leituras e formação intelectual, Hilton, que é formada pela New College, de Oxford, apresenta novas versões sobre o período da Renascença, vivido por Elizabeth, e suas relações com os novos conceitos de Estado – principalmente com as discussões acerca das ideias de Maquiavel – e a ruptura entre o medieval e o moderno.

Revela, desta forma, como Elizabeth construiu a imagem de “príncipe renascentista”, além tratar da vida íntima da Rainha Virgem, seu envolvimento com Robert Cecil, Robert Dudley e Filipe II da Espanha.

A narrativa, no entanto, é erudita. O leitor precisará conhecer ou rever conceitos históricos e políticos, e ter uma noção razoável da história inglesa e europeia para não se perder na quantidade de informações e questionamentos que Hilton levanta no livro – como o grande número de obras do período isabelino desconhecidos do público leigo brasileiro.

Os apaixonados pela história e pela literatura inglesa do século XVI, no entanto, terão farto material para estudo. A autora abusa de um grande número de poemas do período, como os de William Shakespeare – que a editora manteve no original em inglês junto de uma tradução para o português – para as reflexões sobre a construção do mito da rainha e a compreensão de sua época.

Por Rodrigo Trespach

Saiba mais sobre a obra, acesse o site da Zahar

Curta e compartilhe com amigos e interessados. Obrigado!