Nazistas entre nós

Nazistas entre nós Guterman

Formado em jornalismo e doutor em História pela USP,  Marcos Guterman conta em Nazistas entre nós a “boa vida” de seis criminosos de guerra na América do Sul.

Quando os julgamentos terminaram em 1949, os Aliados haviam julgado mais de 5 mil pessoas por seus crimes durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Especialmente os principais líderes, médicos e militares nazistas. A maioria foi condenada e executada, mas um parcela escapou dos julgamentos e viveu tranquilamente fora da Europa, na América do Sul e no Brasil. Dos 6.500 membros da SS que trabalharam no campo de concentração de Auschwitz, somente 50 foram julgados e condenados.

Nazistas entre nós (Editora Contexto, 2016), o novo livro do jornalista e doutor em História pela USP Marcos Guterman conta como isso foi possível e como seis desses criminosos conseguiram escapar e viver uma “boa vida” longe dos tribunais e da prisão.

São as histórias de vida de Klaus Barbie (o “açougueiro de Lyon”), Josef Mengele (o “Anjo da Morte de Auschwitz”), Albert Speer (ministro da Propaganda do Reich, considerado o “bom nazista”), Franz Stangl (o “carrasco de Sobibor e Treblinka”), Gustav Wagner (a “besta de Sobibor”) e Adolf Eichmann (o “arquiteto da Solução Final”). Todos membros proeminentes na hierarquia do terror nazista.

Com a linguagem atraente do jornalismo, sem academicismos, mas bem fundamentado, o que se espera de historiador compromissado, Guterman narra no livro como os nazistas fugitivos eram vistos como “vizinhos pacatos” e “cidadãos de bem”, como participavam abertamente de atividades sociais e como conviveram tranquilamente sem arrependimento ou sentimento de culpa, chegando mesmo a afirmar, quando capturados, que haviam “apenas” cumprido ordens.

Tudo só foi possível com a conivência dos governos sul-americanos e de instituições como o Vaticano. E até de agências de inteligência, como a CIA, além de muitas pessoas comuns que, mesmo sabendo do passado nazista de seus vizinhos ou colegas de trabalho, achavam que tudo pertencia ao passado.

É possível ler Nazistas entre nós em um folego só. Interessante, importante, oportuno e, principalmente, preocupante. O mal esteve (e está) sempre à espreita.

Por Rodrigo Trespach

Compre o livro ou saber mais sobre a obra no site da Editora Contexto.

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