Geneticista e editor da Nature, Rutherford explica as teorias do surgimento da vida na Terra, o descobrimento e as pesquisas sobre o DNA, e o que podemos esperar do futuro da ciência genética.
De onde viemos e para onde vamos? É o que nos responde o geneticista Adam Rutherford no livro Criação (Zahar, 2014). Criação é dividido em duas partes, que podem ser lidas de maneira independente. Na versão impressa, basta virar o livro, que tem duas capas, uma de cada lado.
Além de PhD em genética, Rutherforfd foi editor da mundialmente reconhecida revista Nature. Atualmente é documentarista da BBC para rádio e TV e um geek autointitulado.
Na primeira parte do livro, A origem da vida, Rutherforfd narra o progresso do conhecimento em busca da origem da vida e o caminho percorrido até chegarmos à célula como elemento mínimo vital (a partir do qual se formaram todos os seres vivos no planeta) e a “panspermia” (a teoria de que a vida na Terra tem origem extraterrestre, espalhada por ):
Cerca de 2 bilhões de anos atrás, a vida complexa emergiu quando uma junção extremamente improvável ocorreu: uma arqueia engoliu uma bactéria. Em vez da morte de uma ou outra, o resultado foi benefício mutuo. O consumidor deixou de ser uma entidade viva livre e ficou permanentemente anexado às entranhas do que cresceria para se tornar o terceiro domínio da vida, aquele em que você [leitor] está.
Rutherforfd narra ainda as teorias que levaram à identificação da estrutura do DNA – o código da vida – e o desenrolar das pesquisas sobre a ancestralidade humana até o “LUCA” – o Último Ancestral Comum Universal, nasigla em inglês.
O hebraico tem 22 letras. O inglês tem 26, e o sânscrito, 56. A língua chinesa usa pictogramas, e estes somam milhares, dependendo da maneira com os contamos. A vida tem apenas quatro letras em seu alfabeto: A, T, C e G.
O DNA possuiu uma habilidade, inerente a sua estrutura, de fornecer as intruções para sua própria reprodução.
Na segunda parte (você vai precisar virar o livro para ler), O futuro da vida, o geneticista britânico examina as modificações genéticas realizadas pelo homem e relata as polêmicas presentes na manipulação de genes, tanto para fins terapêuticos quanto industriais.
Estamos construindo sistemas vivos criados de uma maneira que reescreve a própria linguagem fornecida pela evolução.
Rutherforfd descreve a criação em laboratório do primeiro organismo vivo e os debates sobre a legitimidade da biologia sintética surgidos desde então.
Criação: A origem da vida/O futuro da vida é altamente recomendável!
Por Rodrigo Trespach
Saiba mais sobre a obra, acesse o site da Zahar.
Sobre o autor, no site http://adamrutherford.com
