Ladrões de livros

Jornalista sueco narra a história de como os nazistas roubaram milhões de livros durante a Segunda Guerra e como historiadores e bibliotecários europeus estão tentando encontrar a origem da obras e seus antigos donos.

Pode parecer estranho afirmar que bibliotecários e historiadores têm tentando identificar a origem de milhares de livros roubados pelos nazistas durante a Segunda Guerra. Afinal, os sectários de Hitler não queimavam e destruíam livros? Sim, mas apenas uma parte deles, e geralmente os de importância menor. A outra, composta por livros raros, de bibliotecas importantes, de comunidades judaicas a lojas maçônicas, era enviada para a Alemanha para que fossem catalogados.

O objetivo era compor um grande acervo de obras de e sobre judeus, maçons, comunistas e outros grupos considerados inimigos do Terceiro Reich. Assim, sob a chefia de Heinrich Himmler, o chefe da SS, e Alfred Rosenberg, considerado o ideólogo do nazismo, milhões de livros foram confiscados em bibliotecas por toda Europa, da França a Rússia, com  a mesma velocidade que o exército nazista avançava.

É sobre essa história que o jornalista sueco Anders Rydell se debruça em Ladrões de livros, selo Crítica, da editora Planeta.

O saque de livros teve início em 1933, na Alemanha, e a organização e os métodos foram ampliados, atingiram toda a Europa, e continuaram até o fim da guerra. O último registro de um bibliotecário nazista, ocupado em catalogar livros que chegavam a Berliner Stadbibliothek, foi realizado 20 de abril de 1945, poucos dias antes de Hitler cometer suicídio e a Alemanha se render.

O impacto do roubo de livros foi tão grande quanto o de obras de arte, porém, menos conhecido e estudado. O trabalho dos bibliotecários hoje é tentar encontrar a origem dos livros, quem eram seus donos, a que país e biblioteca pertencia. Tudo contando, na maioria das vezes, apenas com nomes, marcações ou rabiscos contidos nas páginas das obras e ex-libris.

E o trabalho é complexo, já que depois dos nazistas parte das obras foi roubada pelos soviéticos e levada de Berlim para Moscou.

Alguns dos livros identificados estão sendo devolvidos aos descendentes dos antigos donos, caso do livro que pertencia a Richard Kobrak, morto em Auschwitz, entregue pelo próprio Rydel. Os livros que estavam no arquivo secreto de Stálin também já foram devolvidos a Holanda, de onde haviam sido roubados originalmente pelos nazistas.

Ladrões de livros é recomendável.

Por Rodrigo Trespach – www.rodrigotrespach.com

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