De Conceição do Arroio a Osório

Igreja Matriz da então Conceição do Arroio (Osório), no final do século 19. APASF.

O litoral gaúcho já era conhecido por exploradores e viajantes desde o século 17, mas é no século seguinte que, de fato, se inicia o povoamento da região. Em 1732 duas sesmarias “nos campos de Tremandy” são concedidas a Manuel Gonçalves Ribeiro e Francisco Xavier Ribeiro. É a primeira concessão de terras em solo rio-grandense. A área é mais ou menos a que compreende a região norte litorânea gaúcha de hoje. Em 1742, Antônio Gonçalves dos Anjos construiu na “Estância da Serra” a primeira capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição do Arroio, nome pelo qual o local passou a ser conhecido e com o qual passou a ser freguesia em 18 de janeiro de 1773.

Em 16 de dezembro de 1857, pela lei provincial n.401, assinada pelo presidente Ângelo Moniz da Silva Ferraz, a freguesia de  Conceição do Arroio emancipou-se de Santo Antônio da Patrulha, sendo elevada a categoria de vila. O município foi instalado oficialmente em 12 de abril do ano seguinte. Além da sede, compunham o município os distritos de Três Forquilhas e Palmares.

Compunham a primeira Câmara de Vereadores da cidade João Antunes Tavares (como presidente), Fermiano José Luís Ozório, José Luís da Silva marques, José Antônio Marques, Francisco Ignácio Bernadino da Silva, João Antônio de Souza Neto e João Antônio Gomes.

Como primeiro secretário da Câmara foi empossado Quintiliano José de Camargo; Zeferino Antônio Gomes como procurador; Ezequiel Francisco Guimarães como fiscal; Bento José da Silva como arruador (espécie de fiscal de obras); e Francisco Rafael Pinto como porteiro. A casa alugada para as sessões pertencia a Francisca Rosa de Jesus.

O município foi rebatizado de Osório, sem consulta popular, em 24 de maio de 1934, pelo decreto n.5.596 do interventor federal Flores da Cunha .

Gal. Osorio, patrono da Cavalaria do Exército Brasileiro.

Manoel Luís Osorio, filho de Manoel Luís da Silva Borges e Ana Joaquina, nasceu em Conceição do Arroio, em 10 de maio de 1808, no local onde hoje se encontra o Parque Histórico, em Tramandaí. Osorio lutou na Guerra da Independência e na da Cisplatina e também nas inúmeras revoluções do período imperial. Teve atuação destacada na Guerra do Paraguai. Recebeu os títulos de barão, visconde e marquês de Herval. No campo da política foi senador e ministro do império. Faleceu no Rio de Janeiro em 4 de outubro de 1879.

O sobrenome “Osório” (com acento) é utilizado pela cidade e em muitos livros, documentos e locais públicos. A família, no entanto, utiliza “Osorio” (sem acento). O mesmo ocorre com o Exército Brasileiro, onde Osorio é patrono da cavalaria. O general herdou o sobrenome do avô materno, e a grafia original, como atestam os documentos, inclusive o de batismo do general, é “Ozorio” (com a letra z).

Por Rodrigo Trespach
Leia também texto em Zero Hora, de 15.12.2012.

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