História dos Mercenários

História dos Mercenários

Ainda que marginalizados desde a Antiguidade, os mercenários constituíram por muito tempo uma parte significativamente importante dos exércitos europeus. E com igual importância formaram os primeiros exércitos dos países americanos – de norte a sul. Alemães e irlandeses formaram não menos do que quatro batalhões no recém criado exército de D. Pedro I; muitos dos quais já haviam servido como mercenários nas Guerras Napoleônicas, no começo do século 19.

Em História dos Mercenários – De 1789 aos nossos dias (Contexto, 2012) o historiador Walter Bruyère-Ostells, professor do Institut d’Etudes Politiques d’Aix en Provence, na França, conta como os mercenários foram utilizados em vários exércitos ao redor do mundo, da Revolução Francesa, passando pelos movimentos de independência na América, a Guerra Fria, os conflitos armados das décadas de 1990 e 2000, até a utilização deles por empresas exploradoras multinacionais. Sim, a proliferação de “empresas militares privadas” movimentam cerca de 100 bilhões de dólares anualmente, principalmente em países da África e do Oriente Médio.

Assim como no Brasil, a Grécia do século 19 também pagou seus mercenários com soldo e propriedades, que variavam entre 15 a 80 hectares, conforme a patente e o tempo de serviço (6 anos); o Brasil foi mais generoso, além de propriedades, auxílio financeiro e  animais e sementes depois de 4 anos de serviço.

Ainda que os mercenários muitas vezes tivessem apenas interesse pecuniário e em terras, uma parte deles agiu por um idealismo libertário, caso, por exemplo, do italiano Giuseppe Garibaldi, de atuação destaca não apenas na Unificação da Itália, como na Revolução Farroupilha no sul do Brasil, ou de Che Guevara, médico argentino que lutou tanto em  Sierra Maestra, em Cuba, com Fidel Castro, quanto nas selvas da América do Sul e da África pela implementação do ideal socialista.

Bruyère-Ostells conta ainda a história de legiões mercenárias famosas por sua atuação no período pré-guerra e durante a própria Segunda Guerra Mundial, como a Legião Condor, composta por alemães que lutaram por Franco na Espanha, a Legião de Voluntários Franceses que lutaram por Hitler e os Tigres Voadores, voluntários norte-americanos que lutaram na China antes da declaração de guerra dos EUA contra o Japão.

Por Rodrigo Trespach

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