Saint‑Exupery e O Pequeno Príncipe

Antoine, ou melhor, Jean‑Baptiste Marie Roger Pierre de Saint‑Exupery, nasceu em 29 de junho 1900, na cidade de Lyon, na França. Seu pai era o conde Jean de Saint‑Exupery, e sua mãe, a doce Marie Foscolome, também de origem nobre. O patriarca morreu precocemente num acidente ferroviário e Marie tomou para si a responsabilidade de educar os quatro filhos: Marie-Madeleine, Simone, Gabrielle, Antoine e François. É no castelo Saint-Maurice de Rémens, rodeado de uma floresta de pinheiros negros, que Antoine e seus irmãos irão crescer.

Antoine-de-Saint-Exupery

Ao completar 17 anos, Antoine já tinha passado por diversas escolas, nas quais ganhou a fama de distraído. Sua inteligência e criatividade, porém, são incontestáveis. Incerto quanto ao futuro, Antoine tenta entrar na escola naval, mas é recusado. Curiosamente, sua nota em redação foi muito baixa. O tema? “Impressões de um soldado voltando da guerra”. Reza a lenda que ele escreveu na folha de resposta: “Eu não fui à guerra, então acho que não posso falar nada ‘fingido’”.

Em 1921, é chamado para a Força Aérea da França, mas devido a seu conhecimento em mecânica, fica no solo, consertando os aviões, o que lhe causa grande decepção. Resolve, então, fazer um curso sério de aviação por conta própria. Tudo certinho, como manda o figurino, mas Saint-Exupéry é um jovem impaciente. Na primeira oportunidade, enfastiado das explicações teóricas, aproveita um minuto de distração do instrutor e decola sozinho. O teimoso piloto faz uma aterrissagem aos solavancos. A cabine começa a pegar fogo, a fumaça negra sobe. Mas Saint‑Exupery, milagrosamente, está são e salvo, orgulhoso, mas encrencado. Vai passar duas semanas na prisão. Consegue seu brevê de piloto no ano seguinte, mesma época em que é dispensado do exército, com a patente de subtenente.

Em 1926, recomendado por amigo, é admitido na Sociedade Latécoère de Aviação (depois conhecida como Aéropostale), onde começa então sua carreira como piloto de linha. Foi por essa época, quando chefiou o posto de Cabo Juby, no sul de Marrocos e então uma colônia espanhola, que os mouros lhe deram o apelido de “senhor das areias”.

Após quase dois anos nos Estados Unidos, em 1943 Saint-Exupéry retornou à Europa para voar com as Forças Francesas Livres e lutar com os Aliados num esquadrão do Mediterrâneo. Então com 43 anos, ele era mais velho que a maioria dos pilotos aliados.

Lightning P-38

Às 8h45 de 31 de julho de 1944, Saint-Exupéry decolou da Córsega numa missão de reconhecimento sobre a França ocupada. Devia estar de volta à 0h30. Às 3h30, foi oficialmente dado como desaparecido. Em abril de 1945, uma missa foi celebrada em sua homenagem.

Os destroços de um avião retirado do Mediterrâneo foram identificados em abril de 2004 como sendo da aeronave de Saint-Exupéry. Já se sabia da probabilidade de que o Lockheed P-38 estivesse a poucos quilômetros da costa de Marselha, de onde, em 1998, um pescador retirou de sua rede o bracelete de prata que identificava o piloto.

Le Petit Prince

Além do O Pequeno Príncipe, sua obra mais conhecida, Antoine de Saint‑Exupery escreveu também L’Aviateur (O aviador) – 1926 , Courrier sud (Correio do Sul) – 1929, Vol de nuit (Voo Noturno) – 1931, Terre des hommes (Terra dos Homens) – 1939, Pilote de guerre (Piloto de Guerra) – 1942, Lettre à un otage (Carta a um refém) – 1943/1944 e Citadelle (Cidadela) – póstumo, em 1948.

Para saber mais sobre O Pequeno Príncipe, edição de luxo em português, acesse o site da Geração Editorial.

Se preferir, acesse www.antoinedesaintexupery.com, com informações em francês sobre o autor e a obra, incluindo a genealogia de Antoine de Saint‑Exupery.

Edição Rodrigo Trespach

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