Beethoven

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Um gênio musical alemão escrevendo sobre outro; Richard Wagner escrevendo sobre Beethoven. Beethoven (Zahar, 2010) foi escrito por Wagner em comemoração ao centenário de Ludwig van Beethoven (1770-1827), em 1870, na mesma época em que a guerra da Prússia contra a França iniciara; guerra cujo resultado imediato seria a unificação dos estados alemães no ano seguinte e uma onda de euforia nacionalista surgia com a criação da Alemanha.

Para Wagner, Beethoven representava o ápice da expressão musical. Por isso, no livro Beethoven o gênio de Bayreuth mostra o desenvolvimento criativo de Beethoven e sua atitude desafiadora diante da modernidade. Sem se ater aos fatos biográficos de Beethoven, Wagner trabalha a complexidade do músico que representava na época a expressão máxima da música alemã no cenário mundial. Ao contrário do poeta e do artista plástico, o músico, segundo Wagner, não está ligado a seu povo pela língua, pelas cores ou algo perceptível, já que a música é a melodia que fala aos corações.

Em Beethoven, Wagner procura defender e afirmar a identidade cultural alemã da época, em oposição ao gosto francês, e apresentar a música como a força capaz de transformar a civilização moderna – em uma época de nacionalismo, sob a influência alemã, é claro.

A obra foi elaborada, segundo o próprio Wagner, como se ele tivesse sido convidado a “proferir um discurso solene em uma comemoração imaginária em honra ao grande músico”. Como o discurso não era realidade, Wagner deu-se a liberdade de desenvolver pensamentos mais detalhadamente, o que seria impossível se realmente existisse uma plateia.

Por Rodrigo Trespach

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Curiosidade: leia ainda 3 cartas de amor escritas por Beethoven em 1812, em nosso post Minha Amada Imortal – meine Unsterbliche Geliebte

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