Sapiens: Uma breve história da humanidade

Sapiens - Uma breve história da humanidade

Em uma viagem surpreendentemente fascinante pela história da humanidade, Yuval Harari destrói um após o outro, todos os mitos criados pelo homem desde a pré-história.

Como um animal insignificante conseguiu se tornar o senhor do mundo? O que possibilitou ao Homo sapiens subjugar as demais espécies do planeta Terra? O que permitiu que ele pudesse eliminar espécies muito maiores e mais fortes? O que nos fez acreditar em deuses, no dinheiro e em organizações políticas? O que nos torna capazes de gerar tecnologia e ao mesmo tempo matar sistematicamente outros de nossa própria espécie?

Estas são apenas algumas das muitas perguntas que Yuval Harari responde de forma original em Sapiens: uma breve história da humanidade (L&PM, 2015).

O israelense Yuval Noah Harari é doutor em história pela Universidade de Oxford, especializado em história mundial e professor da Universidade Hebraica de Jerusalém. Em 2012, Harari recebeu o Prêmio Polonsky por Criatividade e Originalidade nas Disciplinas Humanísticas.

Assim como havia feito Jared Diamond – autor de Armas, Germes e Aço: o destino das sociedades humanas (publicado em 1997, nos EUA) e que recebe agradecimento especial no livro – Yuval Harari nos apresenta uma humanidade com visão panorâmica, mas repleta de conexões.

Há 2,5 milhões de anos atrás, o homem não era muito diferente de nossos parentes vivos mais próximos, os chimpanzés, os gorilas e os orangotangos. Mas 70 mil anos atrás o Homo sapiens começou a fazer coisas muito especiais. Estava ocorrendo a primeira grande revolução na história da humanidade: a Revolução Cognitiva.

“A História é o que algumas poucas pessoas fizeram enquanto todas as outras estavam arando campos e carregando baldes de água”.

A Revolução Cognitiva permitiu ao Sapiens transmitir maiores quantidades de informação sobre o mundo à sua volta, transmitir grandes quantidades de informação sobre relações sociais e capacidade de transmitir grandes quantidades de informação sobre coisas que não existem de fato, tais como espíritos tribais, nações, companhias de responsabilidade limitada e direitos humanos.

O Homo sapiens é o único animal da Terra que acredita em uma “ordem imaginada”, um fenômeno intersubjetivo, não real: leis, dinheiro, deuses, nações.

A cerca de 10 mil anos ocorreu a segunda grande revolução: a Revolução Agrícola. Historiadores contemporâneos definem o período como o estágio em que o homem passou a dedicar quase todo o seu tempo e esforço a manipular a vida de algumas espécies de plantas e animais; uma transição da tradição de caçadores-coletores nômades para agricultores sedentários.

Mas para Harari, a Revolução Agrícola  foi a maior fraude da história. As plantas domesticaram o Homo sapiens, e não o contrário. Foi o homem que precisou arar a terra, eliminar ervas daninhas e pragas, cercar os campos, construir canais de irrigação, guardar a lavoura, colher e começar tudo novamente.

“O cristão típico acredita no Deus monoteísta, mas também no Diabo dualista, em santos politeístas e em fantasmas animistas”.

Além acabar com o esqueleto humano – coluna, joelhos, pescoço e etc. – a agricultura ainda deixou o homem com uma dieta mais pobre. Antes da agricultura, o cereal era apenas uma parte da variada dieta do sapiens, depois dela passou a ser a base. Para Harari, a Revolução Agrícola foi uma armadilha, uma armadilha de luxo. E uma das poucas leis férreas da história é que os luxos tendem a se tornar necessidades e a gerar novas obrigações.

A ordem imaginada criou a religião, a escrita e a burocracia. E a última grande revolução.

A Revolução Científica ocorreu há apenas 500 anos. Uma revolução em escala de tempo sem precedentes. Em cinco séculos a população humana aumentou 14 vezes; a produção, 240 vezes; e o consumo de energia, 115 vezes.

Harari, credita à “descoberta da ignorância” o fator predominante para a revolução. Foi a disposição para admitir a ignorância que tornou a ciência moderna mais dinâmica, versátil e indagadora do que todas as tradições de conhecimento anteriores.

Enquanto o conhecimento pré-moderno, disseminado por islamismo, cristianismo ou budismo, afirmava que tudo o que era importante conhecer já era conhecido, depois do século XVI o sapiens passou cada vez mais a acreditar no progresso e na busca por conhecimento.

A “descoberta” da América em 1492 por Cristóvão Colombo abriu a humanidade para um novo caminho de descobertas científicas e conquistas político-militares nunca antes vistas. O Novo Mundo mostrou ao homem que ele não conhecia tudo sobre seu meio e abriu as portas para uma era de novos impérios, impérios maiores do haviam sido os impérios Romano ou de Alexandre, o Grande, na Antiguidade. Os impérios da Era Moderna, como o Britânico, agora englobavam continentes inteiros.

‘”Cooperação’ soa muito altruísta, mas nem sempre é voluntária e raramente é igualitária. A maior parte das redes de cooperação humana foi concebida para a opressão e a exploração”.

Nos últimos séculos, o sapiens passou por uma “revolução permanente”. Surgiram o capitalismo, a indústria e o consumismo.  O homem se tornou dependente e escravo de sua própria criação, escravo das máquinas.

Agora que está perto de se tornar um deus, mais poderoso do que nunca, com capacidade de criar através da engenharia genética plantas e animas e destruir por meio de armas de alta tecnologia, o sapiens tem pouca ideia do que fazer com todo esse poder. E o que é pior, na opinião de Harari, os humanos parecem mais irresponsáveis do que nunca. Sabendo parcialmente de onde viemos, a pergunta que resta agora é: para onde iremos?

Em uma viagem surpreendentemente fascinante pela história da humanidade, Sapiens: uma breve história da humanidade destrói um após o outro, todos os mitos e a realidade imaginada criado pelo homem desde a pré-história.  

Por Rodrigo Trespach

Compre o livro na Livraria Cultura, ou saiba mais sobre a obra no site da L&PM.

Para conhecer o autor, acesse a Página Oficial de Yuval Noah Harari

Curta e compartilhe com amigos e interessados. Obrigado!