Osório inaugura biblioteca em homenagem a Oliveira Silveira

A cidade de Osório (RS) inaugura no próximo dia 13 de novembro, às 20h, no Centro Cultural José do Patrocínio, 1096, a Biblioteca Pública Municipal Oliveira Silveira. Nome da nova biblioteca é uma homenagem ao pesquisador, historiador, poeta e um dos idealizadores da transformação do dia 20 de novembro, no Dia da Consciência Negra.

Fonte: Secretaria da Cultura Osório 

Oliveira Silveira. Foto Neco VarellaAE

Quem foi Oliveira Silveira (1941-2009)?

Oliveira Ferreira Silveira nasceu em Rosário do Sul, no Estado do Rio Grande do Sul, em 1941. Era Filho de Felisberto Martins Silveira e de Anair Ferreira da Silveira. Formado em letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com especialização em língua francesa, e professor aposentado da rede pública de ensino.

Vivia em constante inquietação em relação a situação da população negra no Brasil. Estudioso deste tema, tornou-se ativista fervoroso. Lutou pela inclusão do negro nos diversos espaços da sociedade, dentre suas estratégias consta a publicação de artigos, reportagens, contos e crônicas. A participação na Revista Tição teve grande importância na vida intelectual de Oliveira Silveira. Pois esta constituiu-se em oportunidade para o ativista, desenvolver trabalhos que tinham por características abordagens de qualificação positiva da população negra, tendo por perspectiva dominante a valorização da cultura negra e seu protagonismo na História do Brasil.

Teve vida política intensa. Foi pesquisador, historiador, poeta, um dos criadores do Grupo Palmares, de Porto Alegre, Um dos fundadores do MNU-RS – Movimento Negro Unificado; integrante do Conselho Nacional de Promoção da igualdade Racial. Em reconhecimento a seu trabalho, recebeu várias distinções como a menção honrosa da União Brasileira de escritores, do Rio de Janeiro, pelo livro Banzo Saudade Negra, em 1969; medalha ao Mérito Cruz e Souza, da Comissão Estadual para Celebração do Centenário da Morte de Cruz e Souza – Florianópolis – SC, em 1998. Dentre diversas outras honrarias.

Tendo em vista conhecer os aspectos históricos do dia 13 de maio, sentia-se desconfortável em ter esta data como uma referência festiva para os negros no Brasil. Juntamente com outros ativistas, que coadunavam com esta opinião. Vislumbrava a necessidade de haver uma data que unificasse o pensamento/sentimento do povo negro brasileiro. E foi exatamente a partir desta inquietação, que durante a década de 1970, no auge da popularidade da ditadura militar no Brasil, com o chamado “milagre econômico” – período em que este regime censurava os meios de comunicação, torturava e exilava dissidentes – Oliveira Silveira ousou romper paradigmas. Mergulhou em uma pesquisa profunda e detalhada sobre a história do negro no Brasil e o processo de resistência ao processo de dominação. Neste contexto, se deparou com a história do Quilombo dos Palmares e seu líder Zumbi dos Palmares e com a data de seu assassinato, 20 de novembro. O desenrolar deste fato histórico aconteceu em um processo de resistência, luta e bravura. Tendo em vista este panorama, o ativista e pesquisador Oliveira Silveira, se reconheceu nos acontecimentos e considerou que a data da morte de Zumbi do Palmares era efetivamente uma data que tinha requisitos que apresentavam objeto de orgulho para a população negra. Foi então que juntamente com outros ativistas, iniciaram mobilização para sugerir ao Movimento Negro a data de vinte de novembro como dia Nacional da consciência Negra.

Oliveira Silveira escolheu a palavra como uma de suas ferramentas de resistência. E tendo em vista sua habilidade era considerado o “Poeta da Consciência Negra”. Morreu em 01 de janeiro de 2009 aos 68 anos. Vítima de câncer. Deixou um extenso trabalho de valorização da luta do povo negro do Brasil.

Fonte: A Cor da Cultura

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