Um império de gelo

Um Império de Gelo

Livro de historiador norte-americano narra a corrida pela conquista do Polo Sul e recupera imagem do explorador inglês Robert Scott.

No começo do século XX, a Antártica – ou Antártida, as duas formas são corretas – era o último continente ainda intocado pelo homem. Na verdade, salvo alguns poucos pontos explorados no século XVIII e XIX, nada se sabia sobre o continente gelado.

A primeira expedição com esse intuito foi liderada pelo irlandês Ernest H. Shackleton, em 1908, sem no entanto lograr êxito. Três anos mais tarde, em 1911, o norueguês Roald Amundsen e o inglês Robert Scott se lançaram numa verdadeira corrida ao ponto mais ao sul do planeta.

Amundsen chegou lá em 14 de dezembro. Pouco mais de um mês depois foi a vez expedição de Scott. O inglês era um experiente explorador e já havia estado na Antártica com expedição Discovery (1901-1904). A corrida pela primazia de chegar ao Polo Sul, no entanto, custou a vida de Scott e de metade de seus homens.

Derrotado por Amundsen, em 29 de março de 1912 Scott anotou em seu diário, durante o regresso da expedição a base: “Penso que já não podemos esperar por algo melhor. Vamos ficar até ao fim, mas estamos cada vez mais fracos, claro, e o fim deve estar próximo. É pena, mas acho que não consigo escrever mais. R. Scott. Pelo amor de Deus, olhem pelos nossos”. Em novembro do mesmo ano, um grupo de busca encontrou os corpos de Scott e dois de seus homens a 18 km ao sul do depósito One Ton.

Em Um império de gelo (L&PM, 2015),  o historiador norte-americano Edward J. Larson, professor nas universidades de PepperdineGeorgia e vencedor do Prêmio Pulitzer, traz uma nova abordagem ao tratar do que realmente estava no centro dos esforços britânicos na Antártica: a ciência. Enquanto Amundsen esteve mais preocupado em vencer o que parecia ser uma competição esportiva, Scott tinha uma estratégia voltada a exploração científica, o que acabou lhe custando a vida.

Sem deixar de lado os momentos emocionantes e humanos da história, Larson examina os assombrosos esforços científicos das expedições ao Continente de Gelo, além de abordar questões políticas, comerciais e culturais na fase final do que se chamou de a “idade heroica da ciência”.

Por Rodrigo Trespach

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