Correspondente de Guerra

Correspondente de Guerra

O jornalista Diogo Schelp e o fotógrafo de guerra André Liohn contam em Correspondente de Guerra como é o dia a dia de uma das profissões mais perigosas do mundo.

O gaúcho Diogo Schelp é editor executivo da Veja, responsável pela cobertura internacional da revista com reportagens no México, Venezuela, Sudão, Tunísia e Oriente Médio. André Liohn, por sua vez, já trabalhou como fotógrafo para jornais e revistas da Alemanha, França e Estados Unidos, sendo o primeiro brasileiro a ganhar o prêmio Robert Capa Gold Medal por cobrir a guerra civil na Líbia.

Correspondente de Guerra (Contexto, 2016) foi escrito a quatro mãos e dividido em três partes. Na primeira (Os jornalistas e as guerras, Kalashnikovs, sequestros e smartphones e Katyushas, prisões e camisas da seleção), Schelp descreve a história do jornalismo de guerra desde que o The Times, de Londres, começou a cobrir a Revolução Francesa, em 1792, passando pela Guerra da Crimeia (1853-1856), a Guerra Civil Americana (1861-1865), a Primeira (1914-1918) e  a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), Guerras da Coreia (1950-1953) e do Vietnã (1954-1975), até chegar aos conflitos do Oriente Médio.

Segundo o jornalista, a cobertura de conflitos passou por pelo menos seis fases durante os últimos dois séculos: a de atuações nos bastidores; a de jornalistas-combatentes; a fase da censura; da guerra pelo público (na Segunda Guerra, somente entre os alemães 12 mil profissionais atuaram no conflito; apenas dois terços sobreviveram); a fase das guerrilhas; e a fase atual, a de prisão e morte dos repórteres, principalmente pelo Estado Islâmico. “Nas guerras das primeiras décadas do século XXI, o controle psicológico da população é mais importante do que o controle territorial”, escreveu Schelp.

Na segunda parte do livro – Um fotógrafo e as guerras – Liohn escreve sobre a própria participação na linha de frente (ele foi correspondente em países como Haiti, Tunísia, Líbia, Egito, Etiópia, Somália, Síria, Barein, Turquia, Geórgia e Quirguistão) e traz ainda o relato de outros jornalistas brasileiros que atuaram em zonas de guerra pelo mundo. Sobre a cobertura feita na Somália, onde recebeu o “batismo no fotojornalismo de guerra”, ele escreveu: “Alterou para sempre minha relação com a vida e a morte e a percepção do meu papel no mundo”.

Na terceira e última parte, o livro traz uma seleção de 32 fotos do fotógrafo, que ilustram reportagens de conflitos no Haiti, na Somália e na Líbia. Entre elas, a foto de capa, em que Hamid Shwaili, um rebelde líbio cai ao ser atingido pelo estilhaço de um disparo feito com artilharia pesada em luta contra os soldados de Muammar Kadafi, em 2011. “Hamid perdeu muito sangue e morreu rapidamente”, relatou Liohn.

Por Rodrigo Trespach

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