Babel: entre a incerteza e a esperança

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Zahar lança mais uma obra do filósofo Zygmunt Bauman. Editora brasileira já publicou 37 livros do polonês que é um dos maiores pensadores da atualidade.

Babel: entre a incerteza e a esperança (Zahar, 2016) foi escrito sob a forma de diálogo, entre Bauman e o jornalista e escritor italiano Ezio Mauro. Assim como em Estado de Crise, publicado no ano passado, o filosofo e seu interlocutor discutem os impasses do capitalismo globalizado, os perigos do enfraquecimento da democracia e o papel da esperança.

Cada vez menos os eleitores confiam nas promessas feitas pelas pessoas que elegem para governar.

Os princípios e valores que historicamente deram corpo à democracia ocidental e ordem a um mundo utópico estão desmoronando com uma rapidez incrível. A sociedade dá mostras de fadiga – política, econômica, social e culturalmente.

Um estado de frustração e vulnerabilidade preocupante, aumentado substancialmente pela hiperconectividade e a sensação ilusória de ativismo coletivo e participação política que ela proporciona.

Hiperconectividade – a imensa capacidade de estarmos conectados a tudo e todos, o tempo todo – que Bauman critica como promotora de uma visão irreal de que seríamos conhecedores e bem informados sobre tudo. Para ele, “toda a informação, não importa de que mídia” é “pré-interpretada” e, por isso, deveria demandar reflexão e debate. O que não ocorre na mídia impressa e menos ainda em seus substitutos eletrônicos. “Nossa sociedade”, argumenta o polonês, “enfrenta um adversário formidável”.

A tarefa dos governos é governar, e o que eles precisam, desejam e promovem é que o cidadão se abstenha de interferir – mesmo que não gostem de confessá-lo e que se ressintam ao ouvir que é exatamente isso que estão fazendo.

A pergunta é: existe esperança de solução para essa “Babel” em que nos encontramos? A resposta de Bauman é sim, mas para isso é preciso criar algo novo, diferente do que já experimentamos até agora.

Mais um livro altamente recomendável do indispensável Zygmunt Bauman.

Por Rodrigo Trespach

Saiba mais sobre a obra, acesse o site da Zahar.

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