No dia 25 de julho a comunidade teuto-brasileira celebra a passagem dos 190 Anos de Imigração Alemã no Brasil. A data marca a chegada dos primeiros 39 colonos alemães a São Leopoldo, em 25 de julho de 1824.
Por Rodrigo Trespach
Abaixo, 5 informações que você precisa saber sobre esse fato histórico e 5 personagens que fizeram a história acontecer.
5 informações importantes a respeito da Imigração Alemã no Brasil
1- A definição de “alemão” – A Alemanha só se tornou a Alemanha em 1871, quando Bismarck conseguiu reunir sob a mesma coroa os muitos países de língua comum – com exceção da Áustria. Antes disso, não existia uma nação alemã ou um Estado alemão, coeso e homogêneo. A Alemanha do início do século 19 era composta por vários Estados, dos mais diferentes tamanhos. Eles compunham a Confederação Alemã, criada após o Congresso de Viena (1815). Além da Áustria e da Prússia, haviam 33 Estados e quatro cidades-livres, em sua maioria com dialeto próprio, leis e características culturais muito diferentes. Entre os pioneiros de 1824, em São Leopoldo, havia hamburgueses, bávaros e hessianos.
Assim, a referência a “alemães” aqui está associada ao conceito linguístico-cultural. Nos últimos anos alguns historiadores passaram a usar termos como “germânicos”, “germanidade” ou “presença teuta”, para se referir à imigração que envolveu os muitos países de língua alemã antes da formação do Império Alemão (1871), ou seja, o que se pode chamar de Alemanha moderna;
2- Houve presença de alemães (germânicos) no Brasil antes de 1824 – Os primeiros alemães a pisar o solo brasileiro estavam junto com a esquadra de Pedro Álvares Cabral, em abril de 1500. Eram artilheiros de uma unidade militar portuguesa que acompanhava a esquadra. São textos em alemão, inclusive, os primeiros a usar o termo “Brasil” para as terras em que Cabral havia desembarcado. Tentativas isoladas de implantação de colônias alemãs foram realizadas na Bahia, entre 1816 e 1818.
Todas, no entanto, sem alcançar o sucesso esperado. Somente depois do casamento de D. Pedro com a arquiduquesa austríaca Leopoldina de Habsburg-Lorena, a vinda de cientistas de língua alemã para a América e a independência brasileira, com a necessidade de colonos e soldados, o país finalmente deu início, de modo organizado, ao processo imigratório de populações alemãs no Suíços de língua alemã já haviam chegado ao Rio de Janeiro, em 1819, e fundado Nova Friburgo, na região serrana do estado. Em janeiro de 1824, para lá também foram enviados os primeiros colonos de língua alemã. Em 3 de maio eles chegaram à colônia carioca, dois meses antes de São Leopoldo.
3- Houve presença alemã no Rio Grande do Sul antes do século 19 – Alguns alemães chegaram ao Estado durante o século 18, de forma isolada, sem fazerem parte de um processo de povoamento. A família Schramm, que aqui ganhou as grafias “Xarão” ou “Charão”, é um exemplo. O médico Johann Adolph Schramm, de Braunschweig, casou em 1727 no Rio de Janeiro com Cecília de Sousa da Conceição, com quem teve o filho Antônio Adolfo Charão. Antônio, alferes dos Dragões em Rio Pardo, casou em Viamão, em 1758, com Joana Velosa Fontoura. Os descendentes deste casal tiveram ativa participação nas guerras e revoluções gaúchas.
Ainda do ponto de vista militar, importante personagem da história gaúcha é o general alemão J. Heinrich Böhm, comandante do exército que retomou Rio Grande aos espanhóis em 1776. Böhm legou a história não apenas a retomada da importante cidade gaúcha, mas também um manuscrito com suas memórias sobre a passagem pelo sul.
4- São Leopoldo: o berço da Colonização Alemã no Brasil – A ideia de imigração e colonização no Brasil passava pela necessidade de criação de uma nova classe média, branca e pequena proprietária, que desenvolvesse a policultura agrícola e o artesanato, povoasse áreas de fronteira e que fosse capaz de abastecer cidades importantes. E São Leopoldo cumpriu muito bem esse papel, muito mais do que Nova Friburgo ou qualquer outra tentativa anterior. Daí que, mesmo não sendo o projeto pioneiro, é considerado o berço da colonização alemã no Brasil, justamente pelo sucesso no empreendimento, em que pesem todos os custos e dificuldades iniciais.
5- A contribuição dos alemães – Além da contribuição no desenvolvimento da agricultura (criação do minifúndio e da agricultura familiar) e na produção industrial (artesanal), o imigrante alemão teve um importante papel no processo de diversificação cultural do país, especialmente na língua, na gastronomia e na arquitetura. A presença alemã ainda consolidou no país a atuação dos protestantes (evangélicos luteranos e calvinistas, entre outros).
5 personagens da Imigração Alemã no Brasil (da Europa a São Leopoldo)
1- Napoleão Bonaparte (1769-1821). Poucos personagens na História transformaram a vida da população mundial em um espaço tão curto de tempo quanto o imperador dos franceses. A Era Napoleônica transformou profundamente o Velho Continente (política, social e economicamente), obrigando muitos alemães a emigrar;
2- D. João VI (1767-1826). O rei de Portugal foi o criador da identidade brasileira, ele foi o responsável pela criação do país propriamente dito, o que acabou preparando o terreno para a Independência; foi o primeiro a incentivar a colonização com imigrantes não-lusos;
3- José Bonifácio (1763-1838). O Patriarca da Independência foi o principal articulista para que o Brasil recebesse colonos alemães. Ainda que D. Leopoldina receba o título de “Mãe da Imigração Alemã”, foi Bonifácio o idealizador do projeto;
4- Major von Schaeffer (1779-1836). José Bonifácio pensou, D. Pedro concedeu autorização, mas foi o odiado von Schaeffer o responsável por buscar, na Alemanha, os colonos e soldados para o Brasil.
5- J. Daniel Hillebrand (1800-1880). São Leopoldo é Hillebrand. E vice-versa. Ainda que se concedam méritos a José Fernandes Pinheiro (o Visconde de São Leopoldo), não fosse o médico idealista, de caráter humanitário, e a colônia gaúcha talvez não tivesse sobrevivido aos primeiros anos.
Rodrigo Trespach – www.rodrigotrespach.com
Boa tarde
Gostaria de saber se alguém da família Werlich já conseguiu alguns dados para a cidadania da família werlich?
Boa noite, seria possivel ter noticias sobre a familia WRIEDT? Vieram de Kill, uma parte foi para Juiz de Fora, grata.
Gostaria de saber sobre a árvore genealógica da família WERLICH OU DA FAMILIA HASKEL região de origem na Alemanha, nome, data, navio, etc.
OBRIGADA
Gostaria de saber se tem alguém da Família Werlich que já conseguiu a cidadania Alemã. Gostaria de informações sobre o processo de cidadania.
Muito interessante esse artigo! Parabéns!
Gostaria de entrar em contato com a Ema Kropf Barbosa. Minha avó se chamava América Amaral Lemgruber, ela nasceu por volta de 1916, será que era filha de Carolina?
Gostaria de saber mais sobre a família Lemgruber!
Abraço
Oi sou da família werlich, gostaria de saber se alguém da família conseguiu a cidadania alemã,grata.
Boa noite;
Gostaria de saber se tem alguém da Família Werlich que já conseguiu a cidadania Alemã. Gostaria de informações sobre o processo de cidadania.
Boa noite! Sou descendente da família Eger e Werlich,.Estou procurando alguém que tenha informações sobre quem dessas famílias veio da Alemanha. Data, cidade, navio….
Estou buscando minha ancestralidade:
Se alguem souber sobre
NICOLAU PICHETH (TE)
CASADO COM ANA MARIA PICHETH (MULLER) – FORAM PARA RIO NEGRO PR – DEPOIS MIGRARAM PARA CURITIBA – ESTOU PROCURANDO DOCUMENTOS A RESPEITO.
GRATO
Interessantíssimo esse artigo. Gostaria de saber mais sobre a origem da família KROPF no Brasil. Minha avô, Carolina Lemgruber Kropf, nascida em 1888, nos contava que os avós dela teriam levado as filhas a um baile, em Cantagalo, para conhecerem três irmãos que la haviam chegado, oriundos da Alemanha. Daí, ocorreu a uniao de tres irmaos KROPF com tres irmas LEMGRUBER, originando a família LEMGRUBER KROPF.
Se alguem souber um pouquinho mais dessa história, por gentileza, compartilhe.
Procuro um livro com a lista dos povoadores de Nova Petropolis, Linha imperial, Linha Araripe, Linha Brasil, etc.
Familia Assmann sou descendente de Johann Michael Assmann und Anna Elisabetha Kraus emigram para o Brasil em 1846 onde chegaram em Sao Leopoldo/Rs no dia 23 de Novembro de 1846 e se estabeleceram em Bom Principio/Rs.
Grüß aus Deutschland.
Boa noite. Ótima reportagem.
Procuro documentos familia de Simon Meurer vindo p RS com esposa e filho Nicolaus Meurer, em 1858.
Alguém que possa me ajudar??
Obrigada
Rosimeri Meurer
Leila, Você precisa contatar os arquivos paroquiais e os públicos no ES.
Sucesso, Abs
Bom Dia gostaria de saber sobre meu Tataravo Gustav Schmidt ele foi proprietario da prmeira Fabrica de cerveja de Santa Leopoldina , Domingo Martins e sua esposa a primeira parteira:Hulda Schmidt.
Procedente da Alemanha, região da Pomerânia. de Glietzig
Embarcou no porto de Hamburgo, no navio “Gutenberg” em 07 de Abril de 1872.
Desembarcou no porto de Vitória em 26 de Maio de 1872. Seguiu para o porto do Cachoeiro de Santa Leopoldina via rio Santa Maria da Vitória e se estabeleceu em Santa Leopoldina.
sao as unicas informaçoes que tenho..Meu bisavo Otto schmidt que nao consigo nada a respeito.
desde ja agtadeço a atençao.
Leila
Olá, estou buscando parente com nome Frederico Schmidt. ele é meu bisavô e meu avô é Bonifácio Schmidt , e meu pai por sua vês é Ênedino Schmidt . eu tenho interesse em fazer a cidadania alemã. se caso alguém puder me passar alguma informação , onde entro para tentar fazer a arvore de minha família. no mais obrigado. Por gentileza , sem empresas de pesquisa. ou agencias .
Bom dia!
Sou neta de Dorothéa Clara Simon da Costa, e ela era casada com Danglars Franco da Costa, a Minha avó era filha de Wernersbach, meu sobrenome é registrado errado (ignorem), mas gostaria de saber mais sobre a descendência, fiquei aterrorizada com o que a Fernanda escreveu, pois na minha família, a minha vó, e uma tia (filha dela) faleceram de câncer, e temos outra tia (filha dela tbm) diagnosticada. Se tiverem informações agradeço.
Ótima publicação
Fernanda Wernersbach, eu resido em Domingos Martins e conheco toda a sua familia. Inclusive o neto do Phelipe que vc menciona com certeza e o senhor Gustavo Wernresbach que em dezembro completara 105 anos e e o unico sobrevivente. Ele tem contato com os parentes da Alemanha que ja estiveram aqui algumas vezes. Com certeza ele e seus filhos saberao te dar a resposta que vc necessita. O Sr. Gustavo ainda esta bem lucido. Ele ate tem uma pagina no facebook. Procure Gustavo Jose Wernersbach e se vc quiser entrar em contato comigo, meu telefone e 27-999837047. O Rodrigo, que reside em Osorio no RS e um grande amigo. Também ja estev aqui em Domingos Martins e foi o meu hospede com muito prazer. Um grande abraco.Joel Guilherme Velten
Gostaria de saber sobre a árvore genealógica da família Finck, região de origem na Alemanha, primeiro da família a desembarcar no Brasil, nome, data, navio, etc.
Olá!
Muito instrutivo este post.
Parabéns!
Busco por informações que me levem a conhecer a chegada da família Roland na cidade de Limeira.
Carolina Roland foi a matriarca, mas falta-me mais informações.
Grato.
Magdiel
Rodrigo bom dia.
Estou buscando alguns documentos sobre a história da família. Sei que Philipp Wernersbach veio em 10/08/1859 de Darmstadt para o Espírito Santo. Hoje Campinho de Santa Izabel – Domingos Martins é uma cidadezinha somente de descendentes e imigrantes de alemães vindos nesse período.
Gostaria de saber se tem algum arquivo que conheça ou algum lugar que eu possa buscar o registros dos pais do Philipp e quantos filhos tiveram. Aqui no ES, estou buscando além de tentar montar uma árvore, com datas nascimento, casamento e óbito, fotos, o motivo da morte. Pois minha família por parte dos Wernersbach todos faleceram por questão da mesma doença câncer.
A origem na Alemanha seria Franz e Angélika Wernersbach.
O Philipp veio com 24 anos e se casou com Elizabeth Mees. Eles vieram no mesmo navio, ela tinha 17 ano e veio com a família. Vou a Domingos Martins para falar com meu tio, neto do Philipp que está vivo, para saber se ele veio por ela, largando a família, ou se veio mesmo e aqui se conheceram. Acho que pode ser até uma história bonita de livros. rs
Fico agradecida se puder me indicar algum local ou contato para conseguir esses registros na Alemanha.
Obrigada.
Att. Fernanda
Corrigindo, o Johann Kropf foi batizado em 22.03.1834.
Muito interessante e instrutivo esse artigo.
O assunto me interessa muito porque venho pesquisando a genealogia de meus ancestrais, procedentes da Prússia, que devem ter chegado ao Rio de Janeiro entre 1842 e 1848.
Trata-se de FRANZ KROPF e ANNE MARIE DEGEN, que se casaram em Bischofsdhrom, na Igreja Católica Romana, em 25.09.1833, e vieram com os filhos:
– JOHANN KROPF, batizado em 22.03.1842.
– SUSANNA KROPF, batizada em 16.03.1837.
– NIKKLAUS KROPF, batizado em 30.12.1842.
Também teria vindo um irmão do Franz, chamado Johann Kropf, mesmo nome do sobrinho.
É possível que sejam originários de HYNZERATH.
Gostaria muito de saber exatamente os fatos que envolveram essa imigração, como a data e porto de partida, data de chegada, navio, etc.
Suponho que a família tenha transitado por Petrópolis ou Nova Friburgo, mas acabaria se fixando na região de Cantagalo-RJ.
Agradeceria muito a quem pudesse me ajudar nessa empreitada.
Parabéns pelo excelente artigo.
Belas informações, estudo a genealogia da minha família no interior de São Paulo, chegaram ao Brasil em 30/06/1862, para trabalharem na fazenda Ibicaba, visitem meu blog http://www.familiatuckmantel.blogspot.com
Olá Lair, obrigado pelo comentário! Abs, Rodrigo Trespach
Adoro as suas postagens. São interessantíssimas para mim, pois uso essas informações para tornar mais interessantes as aulas de alemão. Gosto de usar nas minhas aulas temas que mostrem a proximidade do idioma alemão, assim como, palavras de origem alemã, personagens alemãs que se apresentaram ao longo da nossa história, benefícios para a nossa cultura etc. Parabéns! Obrigada!